Lesoto

img_1677Este país pertence ao grupo daqueles, que a gente agradece ao 198Livros, pela oportunidade de conhecê-los. Caso contrário, estaria ainda na total ignorância de sua existência e história. Nas buscas que fiz, encontrei pouca informação, mas, dentre elas descobri que o Reino do Lesoto é um pequeno país montanhoso, cercado pela África do Sul por todos os lados. Quando se diz que é montanhoso, é porque é montanhoso mesmo. Só para se ter uma ideia 80% dos seus 30.355 km², estão acima dos 1.800 metros de altitude. E é o único país do mundo em que todo o território está acima dos 1.000 m de altitude. Etnicamente, é o país africano com maior unidade, praticamente todo formado pela etnia basotho, do antigo reino da Basutolândia. Foi protetorado e colônia do Reino Unido, alcançando sua independência em 1966. Na época do aparthaid na vizinha África do Sul, deu asilo político aos dissidentes.

O turismo ainda está dando seus primeiros passos por lá, e portanto as informações turísticas são praticamente inexistentes, o que é uma injustiça, considerando sua natureza exuberante, conforme pude conferir nas imagens pesquisadas. Além da capital Maseru, que segundo relatos de quem a visitou, é calma e tranquila, os viajantes que se dispuserem a se aventurar, encontraram estradas de terra ligando aldeias de montanhas, tais como, Semonkong, Mafeteng e Moahale’s Hoek, além de rios e quedas d’água, a serem percorridas a cavalo ou em veículos 4 x 4.

Para esse destino, o romance escolhido foi How We Buried Puso do escritor lesotiano Morabo Morojele. Ambientado no período pós-colonialista, a história se desenvolve a partir do retorno de Molefe ou Lefe, a sua terra natal, depois de 7 anos no exterior. Lefe foi chamado de volta para o enterro do irmão, e o retorno as origens o coloca de novo, face a face com suas inseguranças e dificuldades. No exterior, ele nunca se adaptou, se sentia excluído, e vivia em dificuldades, sem coragem porém, de confessar seu fracasso para os conterrâneos. O retorno as origens também não está sendo nada fácil, mas faz com que ele inicie um processo de retorno ao passado, que lhe permite fazer uma catarse de sua vida. Órfãos de pai e mãe, foram criados pela avó, e por uma prima que vai morar com eles e que desperta em Lefe sua primeira paixão. O relacionamento com o irmão não é dos melhores, existindo uma grande rivalidade entre eles. Também fazem parte do universo de Lefe, Abuti Jefti, inquilino de sua avó, e que veio do país vizinho, fracassado e alcoólatra, além do amigo Twice, conterrâneo de Abuti Jefti, e com história de vida tão sofrida quanto. A maior parte do livro é narrada por Lefe, mas o irmão também aparece como narrador em alguns capítulos. Ele era casado com uma estrangeira branca, e relata todo tipo de dificuldade de um casamento entre duas culturas completamente diferentes, sendo ela representante do país dominador, e ele do que foi colônia. Achei a narrativa na maior parte do livro um pouco arrastada, e parece ao longo do livro, que ninguém é feliz, deprimente mesmo!