Esse post poderia se chamar sessão nostalgia, porque descreve uma viagem realizada em 2005, muito antes de criar esse blog com o objetivo de fazer o registro de minhas viagens. No entanto, depois de ler o conto de Olinda Beja, Izunari – uma história de amor, onde as garças são personagens, e Izunari, é a garça protagonista, me veio a memória aquelas do Pará, e principalmente os guarás. Morei lá por quase dois anos e eles sempre me fascinavam, principalmente os guarás. Eles são lindos, extremamente exóticos com aquela cor vermelha, que adquirem graças aos crustáceos que lhes servem te alimento. Mais fantástico ainda são os ninhais de guarás, conforme tinha visto em inúmeras fotos em folhetos turísticos que vivia pesquisando, e fiquei ansiosa para conhecer. Me informaram, que na Ilha do Marajó, tinha os tais ninhais de guarás, e será que foi por isso que escolhi a Pousada dos Guarás para a estadia na ilha, achando que encontraria facilmente os guarás? Veremos.

Infelizmente perdi(vírus no PC) quase todas as fotos que tinha de todo o período que morei no Pará, e de todas as viagens que fizemos pelo norte. As únicas fotografias que consegui salvar, foram as que estavam em rede social. Mais um motivo para deixar esse registro histórico. Fizemos a viagem para a Ilha do Marajó, no feriado da semana santa, juntamente com alguns amigos. E para ir de carro, tivemos que pegar o ferry boat, no Terminal Hidroviário de Icoaraci, que é um distrito de Belém, distante uns 20 km do centro. É lá, no distrito de Icoaraci, que existe uma grande produção da cerâmica marajoara, já que diversos artesãos, descendentes de índios, tentam preservar e manter a tradição marajoara, fabricando réplicas da cerâmica. Mas a origem da cerâmica marajoara, veio mesmo dos indígenas da Ilha do Marajó, então claro que não poderíamos deixar de visitar

A viagem de ida demorou umas quatro horas mas foi super tranquila. Já a volta foi um horror, o ferry boat balançava tanto que vi a hora os carros caírem dentro do mar, mesmo com as rodas amarradas com correntes.

A travessia de Belém/Ilha do Marajó termina no Porto de Camará, em Salvaterra, entrada obrigatória para todos que chegam na Ilha. A Pousada dos Guarás aonde ficamos hospedados, ficava no município de Salvaterra, com poucas opções de passeio, mais concentrados em Soure, considerada quase a capital da Ilha do Marajó. Para aproveitar que estávamos em Salvaterra, fomos até o vilarejo de Joanes para conhecer as ruínas de uma igreja jesuíta, mas confesso que esperava mais! Foi muito chão pra pouca ruína.

Para chegar em Soure, temos que atravessar o Rio Paracauari de balsa, em torno de quinze minutos. Quase todos os dias fizemos essa travessia, para conhecer a cidade, as praias, e a Fazenda São Jerônimo. Na Fazenda São Jerônimo fizemos muita trilha, passeamos na praia, e os meninos se divertiram com o que restou das provas do programa “No Limite” da Rede Globo que foi filmado lá.


Conheci várias praias no litoral do Pará, e sempre ficava impressionada com o costume que eles têm de frequentar a praia com os carros, e o som alto. Nunca me acostumei, achava bizarro.


Foi maravilhoso ter a oportunidade de conhecer a Ilha do Marajó, que um dia foi tema das aulas de geografia, e nunca me saiu da cabeça. Descobrir uma natureza totalmente diversa da que estamos acostumados, e algumas curiosidades, como a da enorme população de búfalos, que dizem ser maior em números do que a de habitantes. Mas guará mesmo, não vi unzinho sequer!