Para mim, não existe melhor maneira de conhecer uma cidade do que caminhando pelas suas ruas, e em Nápoles, nós levamos essa ideia bem ao pé da letra. Foram 18,3 km percorridos a pé, de acordo com o meu celular, e seguindo meu roteiro pré-determinado. O ponto de partida, foi Chiaia, onde estava localizado o apartamento, que havíamos alugado, pelo Airbnb, pelos próximos 5 dias, dica de Ricardo Freire, do blog Viaje na Viagem.
CHIAIA
O bairro é muito bem localizado, fica a beira-mar, perto da Piazza del Plebiscito, a mais importante da cidade, perto do Centro Histórico, e longe do tumulto. A noite, ao longo Riviera di Chiaia, tem muitas opções de restaurantes, bares e pizzarias. Indo no sentido de Mergellina, contrário ao centro, ficava a estação de metro/trem.

Reservamos o primeiro dia para conhecer Nápoles, e achei que foi mais do que suficiente. Com a ajuda do mapa que estava a nossa disposição no apartamento, iniciamos nossa jornada para o centro histórico. Fomos margeando a avenida beira-mar ou Via Francesco Caracciolo, em direção a Piazza del Plebiscito, e de lá para o centro histórico.




Chegamos na Piazza del Plebiscito, e subimos por uma rua até o Castel Nuovo. Optamos por não entrar no castelo, e continuar nossa caminhada, até chegar a Galeria Umberto I, onde paramos para apreciar a decoração e tomar um café.

GALERIA UMBERTO I
É um Centro comercial, em forma de cruz, coberto com uma estrutura de ferro e vidro, elementos arquitetônicos modernos, que remetem a Galleria Vittorio Emanuele II, em Milão, concluída em 1865. Nomeada em homenagem ao Rei que governou a Itália entre 1878 a 1900. Foi construída entre 1887 e 1890, para estimular o comercio e ser símbolo do renascimento de uma cidade, que se encontrava devastada. Período conhecido como “Risanamento”, que durou até a primeira guerra mundial. Tem quatro saídas; entramos pela entrada com vista para o Castel Nuovo, e saímos pela que dá acesso a via Toledo.


QUARTIERI SPAGNOLI
Seguindo pela via Toledo, chegamos ao Quartieri Spagnoli, ou bairro espanhol. Tem esse nome por ter abrigado os espanhóis no século XVI. Naquela época Nápoles pertencia ao reino das Duas Sicílias, que era controlado pelo lado espanhol da família Bourbon. O Vice-rei mandou construir um local para abrigar as tropas espanholas, que eram enviadas a Nápoles para prevenir contra possíveis insurreições. É o típico bairro napolitano, com ruas estreitas, roupas penduradas na janela, crianças jogando bola e vespas passando a toda! É enorme, caminhamos por algumas ruas para sentir o clima e depois voltamos para a via Toledo para prosseguir com o nosso tour.




Chegando a Piazza Dante, entramos a direita na via Port’Alba para chegar no miolo mesmo do centro histórico. Depois de explorar a região, paramos para almoçar no restaurante que já havia escolhido: o Tandem Ragù Ristoranti Napoli, esse que aparece na foto, localizado na via G. Paladino, 51, que havia sido muito bem recomendado. Fui de ragù mesmo, e Daniel de nhoque, com vinho da casa. Refeição maravilhosa!





NAPOLI SOTERRANEA
Existe outra Nápoles, oculta pelas ruas caóticas da cidade, bem anterior ao que hoje conhecemos da cidade. Com a queda do Império Romano, novas construções surgiram se sobrepondo as ruínas das que já existiam, formando uma extensa rede de túneis. O início do tour, que custa 10 euros, é na Piazza San Genaro. São sítios arqueológicos, aquedutos e cisternas. Durante a segunda guerra, o local foi utilizado como abrigo anti-aéreo e hospital militar. A visita dura duas horas e as vezes é um pouco claustrofóbica, com passagens bem estreitas. Mas achei que valeu a pena. No final, saímos dos túneis e entramos numa típica casa napolitana daquela época; e eis que a guia levanta a cama para que possamos entrar num alçapão com acesso as ruínas de um anfiteatro romano.


Ao final do tour subterrâneo, iniciamos nossa maratona para conhecer as melhores pizzarias de Nápoles, a primeira foi a Gino Sorbillo, pertinho de onde estávamos na Via dei Tribunali, 32. Em seguida, ainda deu tempo de ir conhecer o Museo Archeológico di Napoli, numa prévia para a nossa visita a Herculano e Pompéia.
