Pula, de bike.

                       No terceiro dia, achei que a pedida era terminar de conhecer Pula, ir além dos pontos turísticos. Então, aluguei uma bike no meu hotel, um dia por 50 kunas, peguei o mapa e comecei a pedalar. Como já estava em Verudella, foi por lá que comecei (a direita no mapa, onde estão localizados a maioria dos hotéis, identificados por quadrados vermelhos).

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                    Fiz um tour pelo bairro, primeiro passei pela Marina Bunarina, e logo em seguida, após um descida, fiquei sem fôlego com a visão dessa praia, então parei, e fui molhar os pés na água, sentar na pedra e admirar a paisagem.

Marina
Marina Bunarina

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                    Nessa praia, ainda em Verudella, encontrei esse animal que não identifiquei, nem pelo nome, nem pelo aspecto. Tentei chegar perto, mas levei um fora, porque os seres humanos tinham que ficar a uma distância mínima de 10 metros. Só então reparei que haviam algumas pessoas com máquinas fotográficas, paradas olhando para o que me pareceu ser filhote de peixe-boi.

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                  Saindo da praia continuei pedalando por Verudella, mas nas praias seguintes, não desci, porque ali naquele trecho elas não são muito amigáveis. Muito íngremes e com muita pedra, também não ia mesmo tomar banho, por que a água estava muito fria, congelando, mal consegui colocar os pés. Parei no forte e dispensei o Aquarium Fort Verudella, porque estava um dia lindo, e era um pecado perder tempo em um recinto fechado. Em seguida peguei a avenida em linha direta para o centro.

193                     O centro de Pula no mapa pode ser identificado pela concentração de quadrados amarelos, que são os monumentos históricos. Fui percorrendo as ruas por onde ainda não tinha passado e parei na praça do forum para almoçar. Eram muitas opções, então fui pelo feeling e acertei em cheio, com um prato típico do lugar: risoto de frutos do mar.  197198199

Parceiros ciclistas
Parceiros ciclistas

                       Saindo do centro, decidi ir margeando a orla até encontrar de novo com a avenida que ligaria ao meu hotel. E descobri cada paisagem de tirar o fôlego.203205

Uma das poucas praias com areia
Uma das poucas praias com areia
Comunicação por mímica.
Comunicação por mímica.

              Essa croata não falava inglês, nem italiano, e conseguimos nos comunicar, ela estava com o marido e a filha na praia e eu  fiquei feliz de encontrar gente. Estava vindo de uma região super deserta e estava com medo.

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Eu, minha bike e uma pausa para descansar no paraíso.
Eu, minha bike e uma pausa para descansar no paraíso.

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Tehnomont Marina Veruda, atrás do meu hotel
Tehnomont Marina Veruda, atrás do meu hotel

Despedida da Croácia

                   E foi com este por do sol, que me despedi da Croácia, já que o dia seguinte seria a volta e deslocamento não conta. 100% de aproveitamento na minha experiência solo. País lindo demais, ficou a vontade de conhecer outras cidades.

 

 

 

Ilhas de Brijuni

                       No meu segundo dia na Croácia, decidi conhecer o Parque Nacional de Brijuni, que  está localizado na ilha de Veliki Brijun, a maior dentre as 14 ilhas que formam o arquipélago de Brijuni. Para chegar lá, peguei um ônibus para Fažana, uma pequena cidade de pescadores a 7 km de Pula. É lá, do seu pequeno porto, que saem os barcos para as ilhas. Em Fažana também está localizada a administração do Parque, onde comprei o ingresso para o tour na ilha. Antes de comprar fui abordada por outros guias que ofereceram outro passeio mais barato, mas que não descia na ilha, achei que não valia a pena.

Vista de Fažana
Vista de Fažana

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Vista da ilha Veliki Brujuni lá atrás
Vista da ilha Veliki Brijuni lá atrás

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                    A travessia é rápida, em 15 minutos chegamos na ilha. O lugar é tão lindo, que fiquei em estado de êxtase sem saber para que lado olhar, até perceber que tinha que me juntar ao grupo. Os grupos são divididos de acordo com o idioma escolhido. Cada grupo se dirige a um trenzinho que será o transporte na ilha. Para preservar o meio-ambiente, os únicos transportes permitidos, além do trenzinho, são os carros elétricos e bicicletas.

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                     Começamos a visita com a guia contando a história da ilha, que remonta desde o período neolítico, conforme vestígios encontrados. Por lá também passaram os romanos e bizantinos. Voltando no tempo, até um pouco antes da ocupação pelo general Tito, ficamos sabendo que a ilha foi evacuada por conta de um surto de malária. Graças a ajuda do médico Robert Koch, considerado pai da microbiologia e futuro vencedor do Premio Nobel, a doença foi erradicada. Ele chegou a ilha em 1900, e em dois anos conseguiu erradicar a doença, isolando o mosquito.

Homenagem a Robert Koch
Homenagem a Robert Koch
O castrum bizantino
O castrum bizantino

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                    Em 1947, o General Tito esteve na ilha pela primeira vez, e apenas dois anos depois, fez da ilha sua residência de verão. Depois da chegada de Tito, um novo capítulo começou, de um oásis de paz, Brijuni passou a ser um lugar de reuniões de chefes de estados, políticos, além de receber convidados ilustres como artistas, escritores, atores, diplomatas e homens de negócios. Após tornar-se presidente da Iugoslávia, em 1953, construiu a Vila Branca, que passou a ser residência oficial, e estabeleceu sua residência privada na ilha de Vanga(no arquipelágo de Brijuni), além de construir a Villa Brionka para os chefes de estados, durante a estadia em Brijuni. Esteve pela última vez na ilha em agosto de 1979. 143135

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                   Continuando nosso passeio no trenzinho, vamos passar pelo Safari, um parque com inúmeros animais, que foram presenteados a Tito, por amigos e chefes de estado.  Os mais famosos são os elefantes Sony e Lanka, presenteados pela primeira ministra Indira Gandhi, no ínicio dos anos 70. Por sinal foram os únicos que consegui fotografar, me atrapalhei um pouco com a máquina, e o trenzinho passou.

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Safari, mas não consegui fotografar os animais.
Safari, mas não consegui fotografar os animais de perto

             No parque também existe o jardim mediterraneo com mais de 600 espécies nativas e outras exóticas que foram importadas de todas as partes do mundo, muitas presenteadas por estadistas estrangeiros.165164168169

               Depois do término do tour a bordo do trenzinho, fui caminhando até a Igreja de Saint Germanus, construída em 1481, em homenagem a St Germanus de Pula, que foi sentenciado a morte no anfiteatro da cidade por suas crenças cristãs.146154155156

                      O parque conta ainda com um museu com uma grande variedade de animais empalhados, além de exposição de fotografias mostrando parte do desenvolvimento de Brijuni, e de Tito, abrangendo sua vida pessoal e política.

                         Terminado o tour, existe a opção de continuar explorando a ilha a pé, ou alugando bikes, pois os barcos retornam a partir das 17:00, até as 20:00 de hora em hora.  Um passeio inesquecível!

Explorando o centro de Pula

                        A Croácia só entrou para União Européia em 2013, de forma que ainda não adotou o euro e nem faz parte do Espaço Schengen. Então a imigração é feita normalmente, e a moeda é a kuna croata. Embora tenha visto a informação de que haveria câmbio no aeroporto, só consegui trocar no meu hotel. Em alguns lugares, se aceita o euro, mas não é o usual.

                         A grande maioria dos hotéis em Pula, são resorts que estão localizados no bairro de Verudella. Tinha lido, que no aeroporto, havia ônibus expresso que levava para a cidade. Na verdade ele faz duas paradas, centro(rodoviária) e Verudella. Quando informei o nome do hotel, Village Horizon, olha aonde o motorista me deixou.006007

                Quis entrar em pânico, pois eu estava no meio do nada, mas me acalmei, pois senti que o motorista era sério, respirei fundo segui em frente. Foi só andar mais um pouco e cheguei na recepção, exatamente como o motorista havia informado. Depois de me instalar, trocar dinheiro, pegar o mapa e informações básicas, fui para o centro.045066048

                   O centro de Pula, é bem compacto, dá para percorrer todos os monumentos históricos, a pé e em um dia. Mas é recomendável ir caminhando sem pressa, porque embora pequeno, há muito para ser visto e curtido. As ruazinhas estreitas, com sua arquitetura que mais parece que estamos na Itália, dá vontade de se perder nelas. A cidade tem tanta influência da Itália, que o italiano é a segunda lingua oficial, depois do croata. Todas as ruas estão identificadas nas duas línguas. E você escuta o italiano o tempo todo na rua.

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                   Comecei pela a arena, é simplesmente deslumbrante, e considerando seu passado, foi construída no século I, está muito bem conservada. Inclusive, ela faz parte ativa da vida da cidade, lá acontecem concertos e agora em julho, será realizado o festival de cinema de Pula.  Depois fui em direção ao cais, seguindo o mapa que recebi no hotel.

Maquete da cidade em miniatura.
Maquete da cidade em pedra.

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Templo de Augusto, na praça do forum.
Templo de Augusto, na praça do forum.
Praça do forum
Praça do forum
Praça do forum.
Praça do forum.
                   Arco de Sárgio
Arco de Sárgio
Igreja de São Nicolau
Capela de Santa Maria Formosa

               Deu trabalho para encontrar os mosaicos romanos, porque não estavam bem no local indicado no mapa, mas pergunta daqui, pergunta dali, eu e mais uma turma de estudantes franceses terminamos encontrando. Os mosaicos eram usados durante o império romano como arte decorativa para ambientes internos.072 070

Um pulo na Croácia

                 Enquanto descrevia encantada, toda a beleza de Pula, meu marido perguntou: “- Mas por que Pula?” Realmente, a pergunta é pertinente, eu mesma nunca tinha ouvido falar dessa cidade, até descobrir que era um dos destinos da Ryannair. Depois de ver que a cidade ficava na Croácia e de mais algumas pesquisas, voilá, estava decidido o destino do feriadão do dia 08 de maio, aqui na França.

                  Pula, também conhecida como a Toscana Croata, fica na península de Istria, no norte da Croácia, às margens do Mar Adriático. A história de Pula data de um período bem anterior a época de Cristo; foi importante centro administrativo no período do império romano; foi o principal porto do império austro-húngaro, e foi nas ilhas adjacentes, do arquipelágo de Brujuni, que Tito fez sua residência privada, onde recebia além de chefes de estado, gente famosa como Sofia Loren e Elizabeth Taylor.

                A única dificuldade no meu caminho foi o medo de viajar sozinha, mas com determinação e alguns empurrões me joguei na aventura. A Ryannair, sai do aeroporto de Beauvais, que também não conhecia, mas que, embora seja longe(uns 70 km), é de fácil acesso. Existe um ônibus expresso, que sai direto do estacionamento do Palais de Congrès, estação Porte Maillot da linha 1 do metrô. Ao descer do metrô, é só procurar as placas indicativas do caminho e os companheiros de viagem, puxando suas malinhas(isso porque se você tiver que despachar a bagagem, vai pagar por fora).

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             Daí em diante, foi só acertar o relógio para não perder a hora, por causa da distância, e seguir em frente. O aeroporto de Beauvais parece uma rodoviária, cheio de gente, um tumulto.001002

                      Fiquei 3 dias na Croácia e, para o post não ficar cansativo de ler, vou dividir por dia. 003

Fui…..