No meu segundo dia na Croácia, decidi conhecer o Parque Nacional de Brijuni, que está localizado na ilha de Veliki Brijun, a maior dentre as 14 ilhas que formam o arquipélago de Brijuni. Para chegar lá, peguei um ônibus para Fažana, uma pequena cidade de pescadores a 7 km de Pula. É lá, do seu pequeno porto, que saem os barcos para as ilhas. Em Fažana também está localizada a administração do Parque, onde comprei o ingresso para o tour na ilha. Antes de comprar fui abordada por outros guias que ofereceram outro passeio mais barato, mas que não descia na ilha, achei que não valia a pena.


A travessia é rápida, em 15 minutos chegamos na ilha. O lugar é tão lindo, que fiquei em estado de êxtase sem saber para que lado olhar, até perceber que tinha que me juntar ao grupo. Os grupos são divididos de acordo com o idioma escolhido. Cada grupo se dirige a um trenzinho que será o transporte na ilha. Para preservar o meio-ambiente, os únicos transportes permitidos, além do trenzinho, são os carros elétricos e bicicletas.
Começamos a visita com a guia contando a história da ilha, que remonta desde o período neolítico, conforme vestígios encontrados. Por lá também passaram os romanos e bizantinos. Voltando no tempo, até um pouco antes da ocupação pelo general Tito, ficamos sabendo que a ilha foi evacuada por conta de um surto de malária. Graças a ajuda do médico Robert Koch, considerado pai da microbiologia e futuro vencedor do Premio Nobel, a doença foi erradicada. Ele chegou a ilha em 1900, e em dois anos conseguiu erradicar a doença, isolando o mosquito.


Em 1947, o General Tito esteve na ilha pela primeira vez, e apenas dois anos depois, fez da ilha sua residência de verão. Depois da chegada de Tito, um novo capítulo começou, de um oásis de paz, Brijuni passou a ser um lugar de reuniões de chefes de estados, políticos, além de receber convidados ilustres como artistas, escritores, atores, diplomatas e homens de negócios. Após tornar-se presidente da Iugoslávia, em 1953, construiu a Vila Branca, que passou a ser residência oficial, e estabeleceu sua residência privada na ilha de Vanga(no arquipelágo de Brijuni), além de construir a Villa Brionka para os chefes de estados, durante a estadia em Brijuni. Esteve pela última vez na ilha em agosto de 1979.
Continuando nosso passeio no trenzinho, vamos passar pelo Safari, um parque com inúmeros animais, que foram presenteados a Tito, por amigos e chefes de estado. Os mais famosos são os elefantes Sony e Lanka, presenteados pela primeira ministra Indira Gandhi, no ínicio dos anos 70. Por sinal foram os únicos que consegui fotografar, me atrapalhei um pouco com a máquina, e o trenzinho passou.

No parque também existe o jardim mediterraneo com mais de 600 espécies nativas e outras exóticas que foram importadas de todas as partes do mundo, muitas presenteadas por estadistas estrangeiros.
Depois do término do tour a bordo do trenzinho, fui caminhando até a Igreja de Saint Germanus, construída em 1481, em homenagem a St Germanus de Pula, que foi sentenciado a morte no anfiteatro da cidade por suas crenças cristãs.
O parque conta ainda com um museu com uma grande variedade de animais empalhados, além de exposição de fotografias mostrando parte do desenvolvimento de Brijuni, e de Tito, abrangendo sua vida pessoal e política.
Terminado o tour, existe a opção de continuar explorando a ilha a pé, ou alugando bikes, pois os barcos retornam a partir das 17:00, até as 20:00 de hora em hora. Um passeio inesquecível!