Saara Ocidental

                   fotoHá mais de 30 anos que o conflito no território do Saara Ocidental vem se arrastando, sem que a comunidade internacional veja uma solução aceitável para as partes antagonistas. Uma falha que só pode ser explicada pela falta de interesse dos organismos internacionais, e a demonstração do poder ocidental nessa região estratégica do Norte da África.  O território é contestado pelo Marrocos e pela Frente Polisário que em fevereiro de 1976, proclamou do exílio a República Árabe Saárui Democratica. O Saara Ocidental ou espanhol é a última colônia da África, foi colonizado pela Espanha, que assumiu o controle após a Conferência de Berlim em 1884. Em 1975, um Acordo tripartido foi assinado entre a Espanha Marrocos e Mauritânia, dividindo o território entre os dois países africanos e garantindo os interesses da Espanha no fosfato e na pesca. O acordo, pôs fim ao controle da Espanha no território, mas não a soberania. Ou seja, a Espanha continua a ter o poder administrativo legal sobre o território. Após o acordo de Madrid, os dois países africanos invadiram o território, obrigando milhares de refugiados saráuis, a abandonarem suas terras e se estabelecerem no deserto do sul da Argélia.

                Nessa nossa parada no Saara Ocidental, vamos conhecer um pouco da luta e do sofrimento do povo saráui para conseguir sua independência. O episódio narrado no livro escolhido “Tifariti, mi tierra” de Abdurrahaman Budda, mistura fatos reais com fictícios. O livro conta a história de Salama, e sua família, que se encontram refugiados no deserto na Argélia, e seu breve retorno para sua cidade Tifariti, no Saara Ocidental. É comovente conhecer Salama, e ver como ele lida com as adversidades, sem se deixar esmorecer, sem perder a fé na vida, o amor pela terra e pela família e o respeito pela religião. É com firmeza e ternura que cuida da família. Mesmo quando é criticado pelos vizinhos e amigos por construir uma casa de barro, com a ajuda dos filhos. Ele decidiu construir a casa, para garantir para sua família, uma qualidade de vida melhor do que a permitida pela tenda. Os vizinhos o criticaram porque construir uma casa significa criar raízes, enquanto viver na tenda representava a situação de refugiados. Porém ele segue em frente, mesmo sendo um nacionalista, pois coloca o bem-estar e segurança da família em primeiro lugar.  Essa e outras situações vivenciadas junto com Salama, nos ajudam a conhecer um pouco do povo saráui, sua história, religião e costumes. Embora seja uma história muito triste, é também uma lição de vida.

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