Como sempre, antes de ler um livro sobre um destino totalmente desconhecido, procuro dar uma pesquisada, para saber pelo menos sua localização geográfica. E não é que, depois de ler os posts de Luisa do blog Arquivos de Viagens e Gabi Moniz do Projeto 101 Países, coloquei o país lá no top da minha lista de desejos, antes mesmo de iniciar a leitura?! Mas, mesmo se não tivesse visitado os blogs das meninas, o Azerbaijão seria um candidato natural a figurar na minha lista, só com a leitura do romance de Kurban Said, Ali e Nino. Aliás, a diversão já começa com o mistério em torno da verdadeira identidade do escritor. que na realidade chama-se Lev Nussimbaum, judeu nascido em Baku, capital do Azerbaijão, em 1905. Para fugir do bolchevismo mudou-se para a Alemanha, em 1920, onde se converteu ao islamismo e adotou o nome de Essad Bey. Já era famoso quando escreveu sua obra-prima, Ali e Nino, como Kurban Said.
O livro foi publicado em 1937, e nos fala de uma história de amor, um romance improvável, entre Ali, um jovem muçulmano de fé xiita e Nino, uma linda jovem, cristã ortodoxa. Porém não se trata apenas de uma linda e apaixonante história de amor, mas principalmente, de um mergulho na história e cultura do país, e dessa região central dos países cáucasos, situados entre o ocidente e o oriente. A história se passa na sua maior parte, em Baku, mas iremos conhecer também, Tbilisi, a capital da Geórgia, terra de Nino, e Teerã, no Irã, onde estão estabelecidos alguns integrantes da família de Ali. Em cada passagem vivenciaremos costumes dos respectivos lugares. O romance aborda também, as diferenças entre religiões e culturas do ocidente e do oriente, definidas de forma bem interessante; “….Talvez só haja uma maneira de definir os homens: há os da floresta e os do deserto. A embriaguez sem álcool do Oriente vem do deserto, onde o vento quente e a areia quente excitam as pessoas, onde a vida é simples e sem problemas. A floresta é cheia de perguntas. Já o deserto não pergunta nada, nada oferece e nada promete. Mas o fogo da alma vem da floresta. O homem do deserto só tem um sentimento e só conhece uma verdade que o preencha. Mas o homem da floresta tem muitas faces. O fanático provém do deserto, o criador provém da floresta. E talvez seja essa a principal difrença entre Oriente e Ocidente”. Um romance imperdível!
Concordo que é um livro imperdível, Ana! Um dos meus preferidos. Como amo essa história! E como não ficar com vontade de conhecer o Azerbaijão depois de ler “Ali e Nino”? Comecei a ler “O Orientalista”, uma biografia do Lev Nussimbaum, mas ainda estou no inicinho. Vou ler com calma.
Mas passei aqui principalmente para dizer que o blog tá lindão! Casa nova é uma delícia, né?
Beijos!
Ah! Obrigada Camila! Modéstia a parte eu gostei também, já fazia um tempão que estava querendo mudar, faltava coragem. Não domino muito as ferramentas, então as coisas desaparecem, quero colocar outras e não consigo! hahaha. Mas faz parte!