Togo

IMG_0118Pequeno no tamanho, mas cheio de história, a começar pelas migrações de vários povos da própria Africa, que lá chegaram em busca de melhores lugares para viver. Constituindo-se desta maneira, um pais com grande diversidade cultural. Na sequência vieram os comerciantes europeus em busca de escravos; portugueses, dinamarqueses, alemães, franceses, e os britânicos. No século XVIII, milhares de pessoas foram raptadas pelos europeus, para trabalharem nas plantações do Novo Mundo. E ao final do século XVIII os escravos libertados do Brasil, “os brasileiros” começaram a voltar, passando a viver com os descendentes dos comerciantes portugueses, e continuaram o tráfico dos negros com a Europa. A partir de 1884, começou a colonização alemã, que durou até a primeira guerra mundial. Em 1922, a Liga das Nações dividiu o Togo entre o Reino Unido e a França. A parte inglesa passou a chamar-se Gana após a independência e a parte francesa, atual Togo, conquistou sua independência em abril de 1960.

Ténèbres à midi“, em tradução livre, “Escuridão ao Meio-dia”, de Théo Ananissoh, se passa no Togo nos dias atuais e conta a história de um escritor togolês, que vive na Alemanha, e retorna ao país após 20 anos, para escrever seu próximo romance. Aparentemente parece tratar-se da própria história do autor, embora ele negue. No livro, ele decide passar 4 semanas no Togo, para poder reencontrar suas raízes e absorver a realidade de um pais que ele perdeu de vista, como comenta no livro “um pais onde não se ganha a vida é mais imaginário que real.” E é Nadine, uma amiga francesa, nascida no Togo, que o vai ajudar a se reconectar com o seu país. Assim apresenta-o a um jovem e brilhante alto funcionário do governo, Éric Bamezon. Os dois têm muito em comum, ambos são intelectuais, que se exilaram e fizeram sua formação superior em Paris. No entanto Eric, não resistiu ao convite do presidente, para trabalhar para o seu país, e partilhar a experiência adquirida no exterior. Ao longo da noite, os dois vão refletindo sobre as respectivas decisões, Eric de voltar para a África e o narrador, de permanecer no exterior. alheio a realidade do Togo.  E a medida que as horas passam, o escritor vai se surpreendendo com as revelações de Eric Bamezon, das armadilhas que o esperavam ao retornar de Paris, a ditadura que controla e aterroriza o país, e onde se mata por brincadeira. E por outro lado, o reencontro do escritor com a sua terra e o vínculo restabelecido. Excelente romance, um enredo envolvente, e uma leitura agradável e fluente.

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