Para este país, repeti a mesma estratégia de Portugal, primeiro escolhi o autor, para depois decidir o livro, pois dessa forma consigo adequar meus projetos literários, aos meus desejos inadiáveis. E essa necessidade de ler, Katherine Mansfield, surgiu, após ler a biografia de Clarice Lispector, por Benjamim Moser, e descobrir o quanto esta, tinha sido influenciada por KM, assim como Virgínia Woof, que chegou a dizer que sentia inveja dela. Então como não desejar ler esta autora fantástica, que mesmo vivendo apenas 34 anos(*Wellington-1888, +1923-Fontainebleau-FR), deixou uma obra extremamente impactante. A Nova Zelândia não poderia estar melhor representada, e para adequar ao projeto escolhi uma coletânea de contos que se passavam no país, “A Festa ao Ar Livre e Outras Histórias“. Segundo Kathleen Jones, que escreveu uma de suas biografias, Katherine baseava suas histórias em experiências vividas em lugares por onde passou. A Festa ao Ar Livre, teria se baseado em festas oferecidas por seus pais, em Wellington, na Nova Zelândia, principalmente numa festa de despedida, em sua homenagem antes de sua partida para Londres em 1908. O livro foi publicado pela primeira vez em 1922, e no Brasil, foi lançado pela primeira vez na íntegra, nesta edição, em 2016. É uma coletânea de 15 contos, alguns ainda inéditos no Brasil. Algumas histórias repetem os mesmos personagens, e trata dos mais diversos temas, mas sempre tendo como pano de fundo as relações humanas. Alguns são tristes, como “A vida de Ma Parker”, e “Srta. Brill”, e outros bem divertidos, como “As filhas do falecido coronel”, mas é impossível ficar insensível após a leitura de qualquer um dos contos de Katherine Mansfield.