
Viajar a trabalho, nunca é a mesma coisa do que viajar a lazer. Mas, uma viagem sempre é uma viagem, e se o destino é desconhecido, mais um motivo para aproveitar a ocasião. Este sempre foi o meu lema, aproveitar sempre as oportunidades que aparecerem no meu caminho. E foi assim que em 2007, tive a oportunidade de conhecer um pouco do Piauí, ao ser convocada para um trabalho de 2 semanas em Teresina, sem chance de voltar para casa no final de semana. Durante a semana, a jornada era muito puxada, e não conseguia sair do roteiro, hotel/trabalho/hotel. Como só fiquei com 2 dias para explorar o Piauí, fiz o seguinte roteiro: Sábado, conhecer os pontos turísticos de Teresina, e no Domingo, um bate e volta ao Delta do Parnaíba. Agora pense num bate e volta sacudido, de Teresina para o Delta são nada mais nada menos do que 330 km.
TERESINA – Central de Artesanato Mestre Dezinho, localizada na Praça Pedro II, é um complexo com várias lojinhas, num total de 25, que comercializam o melhor do artesanato do Piauí, entre eles a Cerâmica da Serra da Capivara, que eu acho maravilhosa e muitas representações do Cabeça de Cuia(explicarei a lenda mais adiante). Lá também estão instalados a Escola de Música e Balé de Teresina.
Muito agradável o aglomerado de casinhas no caminho que dá acesso ao Parque Ambiental Encontro dos Rios, com várias lojinhas e oficinas de cerâmicas.


Parque Ambiental Encontro dos Rios, no local onde o rio Poti e o rio Parnaíba se encontram, foi construído um parque com quiosques para comercialização de produtos artesanais, mirante, restaurante flutuante e monumento ao Cabeça de Cuia. É um local muito agradável, arborizado o que é fundamental, pois o calor que faz em Teresinha é assustador. Estive lá no mês de agosto e ficava impressionada ao sair do trabalho às 19:00 horas e não receber uma brisa, apenas um bafo quente. Não conseguia deixar de pensar como seria em dezembro.



“A lenda do Cabeça de Cuia trata-se da história de Crispim, um jovem garoto que morava nas margens do rio Parnaíba e de família muito pobre. Conta a lenda que certo dia, chegando para almoço, sua mãe lhe serviu, como de costume, uma sopa rala, com ossos, já que faltava carne na sua casa frequentemente. Nesse dia ele se revoltou, e no meio da discussão com sua mãe, atirou o osso contra ela, atingindo-a na cabeça e matando-a. Antes de morrer sua mãe lhe amaldiçoou a ficar vagando no rio e com a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria. Com a maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio Parnaíba, onde se afogou. Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio. Outros também asseguram que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres. O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria“.
DELTA DO PARNAÍBA – No domingo, sai de madrugada, com um grupo numa van, que saiu defronte do Luxor Piaua Hotel, na praça Marechal Deodoro. Rodamos os 330 km, passamos pela ciade de Parnaíba até Porto do Tatu, onde pegamos um barco para fazer o passeio. Fomos navegando pelo rio Parnaíba até o litoral do Piaui, que tem apenas 66 km de extensão.





Postei a última foto com os pescadores do Piaui, uma homenagem ao povo mais hospitaleiro que tive a oportunidade de conhecer.