Tentei entender o conflito entre árabes e judeus, pesquisando sobre o assunto, e já tinha até começado a escrever o post, achando que tinha entendido, quando descobri que estava lendo uma versão judaica, e que a mesma história contada por um palestino é totalmente diferente. Parece que consenso mesmo, só o nome Palestina, que significa local dos filisteus, e foi criado pelos romanos. Mais precisamente por Adriano, o imperador, para designar a terra de Israel, como forma de agressão aos judeus, pois os filisteus eram seus inimigos. Assim, desisti de tentar encontrar as razões que culminaram com o conflito. Melhor conhecer os sentimentos de quem o vive, que é a proposta do livro The Lady from Tel Aviv, de Raba’I Al-Madhoun, escolhido para representar a Palestina nesse projeto.
O autor é um jornalista palestino, nascido em l-Majdal, Ashkelon ,em 1945. Durante a limpeza étnica foi deslocado de sua terra natal, juntamente com seus pais, para o campo de refugiados palestinos, na faixa de Gaza, onde passou a infância. Atualmente vive em Londres. Walid Dahman, o protagonista, é um palestino, que vive exilado em Londres, e está voltando para casa depois de quase 40 anos, após ter conseguido seu passaporte britânico. No avião de volta, o acaso faz com que tenha como vizinha, Dana, uma judia, que também está voltando para casa. O diálogo entre os dois, faz com que percebam a diferença de perspectiva e sentimentos para com a mesma terra que ambos consideram seu “lar”. Ao leitor, o encontro dos dois permite conhecer as pessoas por trás do conflito, e não apenas árabes e judeus. Walid, também é escritor, e veio para sua terra natal, não só para rever sua mãe, famílias e amigos, mas também, para fazer um laboratório, com os personagens do romance que está escrevendo, um contador que vive na Alemanha e está retornando para Gaza em busca da mulher pela qual ele se apaixonou 30 anos atrás. Como se pode ver, trata-se de uma quase autobiografia, onde o autor mistura realidade com ficção.