“La ficción es una forma de encarar y encarnar la realidad; es realidad también y no de un modo subsidiario” a afirmativa é do escritor venezuelano Jesús Miguel Soto, nascido em El Valle, Caracas, em 1981. JM Soto, cursou comunicação social e letras na Universidade Central da Venezuela, trabalhou como professor universitário, revisor e editor, e atualmente reside no México. Além dos muitos prêmios recebidos, integrou a lista definitiva do Projeto Literário Bogotá39, do ano de 2017 , que visa selecionar 39 escritores que ainda não completaram 39 anos. Esse limite foi estabelecido em função de Gabriel Garcia Márquez, que tinha 39 anos quando escreveu Cem Anos de Solidão. Soto publicou as novelas La máscara de cuero y El caso Boeuf (Relato a la manera de Cambridge) e o livro de contos Perdidos en Frog, publicado em 2012 e escolhido para representar a Venezuela, neste projeto.
Segundo o autor, trata-se de um livro escrito dentro do padrão, com 15 histórias bem clássicas, e que sua única proposta pessoal, que fugiria a esse padrão seria o convite, no prólogo, para ler o livro como quinze livros de uma única história, em vez de um livro de quinze histórias. São histórias curtas, numa linguagem fluente, embora trate de temas densos e surreais, como um escritor obsessivo que persegue um crítico literário, por não ter escolhido sua obra em um concurso; um povoado no meio do nada, com habitantes estranhos e cachorros guardando as fronteiras; um grupo de amigos que fundam um país dentro de um apartamento, e outros nesse estilo. Persiste em todos, um tom depressivo, macabro mesmo(como no conto “Perdidos en Frog”, e “Uno de muchos posibles atajos), e o desenvolvimento da história obedece ao mesmo padrão, em que a partir de uma guinada na narração, leva ao desfecho, quase sempre trágico. O autor usa um tom irônico, numa descrição surreal para passar sua mensagem.