Embora o nome do país seja bastante conhecido, precisei olhar no mapa para me localizar, pois para mim, aquela região é muito confusa. O país fica localizado entre o Sudeste Asiático, e a Austrália, só que o “país’ é o maior arquipélago do mundo, com apenas 17 508 ilhas, então é realmente muito difícil, tentar visualizar. O romance escolhido, Guerreiros da Esperança, (Laskar Pelangi, no original e The Rainbow Troops, em inglês), é o livro de estréia de Andrea Hirata, e se passa na Ilha de Belitung, local de nascimento do autor. Foi publicado em 2005, sendo o primeiro de uma quadrilogia, de inspiração biográfica, seguidos por: Sang Pemimpi(O sonhador), Edensor e Mayamach Karpov. Foi adaptado para o cinema em 2008.
O livro, narrado por Ikal, um menino pobre, que assim como seus companheiros, têm o sonho e a esperança, que a educação possa mudar suas vidas. Eles vivem na pequena Ilha de Belitung, a mais rica da Indonésia, graças as suas reservas de estanho, descoberto pelos colonizadores holandeses, e explorado pela empresa PN Timah, que significa empresa estatal de estanho. A empresa foi tomada pelo governo indonésio, que assumiu não só os bens como a mentalidade feudal, pois mesmo após a independência, continuou com o tratamento discriminatório dado aos nativos. Esse tratamento, criou um contraste absurdo, entre os ricos executivos da PN exploradores de estanho e o povo nativo vivendo em extrema pobreza. Para garantir o direito a educação, conforme o artigo 33 da Constituição da República da Indonésia: “Todo cidadão tem direito a educação“, a jovem professora Bu Mus e do diretor Pak Harfan, são incansáveis na luta para possibilitar a Ikal e seus companheiros, esse direito. São muitas as dificuldades que vão enfrentar para garantir aos alunos a educação prevista na constituição. A começar pela ameaça de fechamento da pequena escola da aldeia, Muhammadiyah, pelo superintendente escolar do Departamento de Educação e Cultura da Sumatra, que exigiu o minimo de dez alunos para evitar o fechamento, depois vem a luta para manter a escola de pé, já que a estrutura física da escola é bastante precária. Há ainda o interesse de exploração do solo no terreno da escola. Somente a garra e a fé de professores e alunos para vencerem todos os desafios. É comovente ver como os Bu Mus e Pak Harfan, conseguiram criar laços fortes o suficiente, nos meninos, para enfrentar desafios, vivenciar o amor, dividir experiências e conquistar vitórias.