Eu estava procurando um livro para a categoria 14 – Um autor falecido em 2018, do desafio livrada 2019, quando encontrei V.S. Naipul(ele morreu em 2018). E foi então que descobri que além de se encaixar nessa categoria, e ter ganho o Prêmio Nobel de Literatura, em 2001, ele tinha nascido na ilha de Trinidad, e escrito um romance, Miguel Street, que retrata a cidade de Port of Spain, capital de Trinidade e Tobago, nos anos 30 e 40. Assim, decidi que seria esse o representante do país no #198livros. As ilhas ficam no Caribe, bem próxima a Venezuela, e assim como outras ilhas do Caribe, foram “descobertas” por Colombo, invadidas pelo Reino Unido, sendo a sua população majoritariamente constituída por escravos, até sua libertação em 1838. O país conseguiu sua independência do Reino Unido, em 1962.
Miguel Street, o primeiro livro de Naipul, foi escrito em 1955, no período de apenas seis semanas, quando o autor tinha quase 23 anos, mas, só foi publicado em 1959, quando ele já tinha alcançado reconhecimento com outro romance, O Massagista Místico. Ambientado num bairro pobre de Port of Spain, quando ainda era uma colônia subdesenvolvida do Reino Unido, o livro é constituído de pequenas histórias, descritas pelo mesmo narrador, cujos protagonistas são todos moradores de uma rua, a Miguel Street. Os personagens são figuras excêntricas, quase improváveis: Laura, uma mulher que teve oito filhos com 7 homens diferentes; Bogart um homem que parecia entediado, pois passava o dia jogando paciência, até começar a desaparecer sem explicações por alguns períodos de tempo; Eddoes, o magnata da rua, porque era dono de uma carrocinha de lixo; Homem-homem, que planeja sua crucificação…Eles tem em comum, o orgulho de pertencerem a uma comunidade, e de estarem sempre se ajudando, como diz o narrador, “Um dos milagres da vida na Miguel Street era que ninguém passava fome” embora, a violência doméstica tenha se tornado uma banalidade, assim como as dificuldades e tragédias de cada um. As histórias são narradas de forma leve e humorada, como se os personagens, ironizassem o próprio sofrimento.