Na França, o dia 8 de maio, é feriado nacional em comemoração a vitória dos aliados na 2ª guerra mundial, pois nesse dia foi assinado o armistício em Berlim. Na cidade de Orléans, a comemoração é dobrada! Na mesma data, há 584 anos, sob a liderança de Joana d’Arc, os franceses conseguiram romper o cerco à cidade, vencendo os ingleses, e dando início ao fim da guerra dos cem anos. Desde então todos os anos, quase que ininterruptamente, Orléans comemora a libertação da cidade por Joana d’Arc. Para comemorar, se revive toda a trajetória da Donzela de Orléans, como era chamada, desde a entrada na cidade, em 29 de abril, até a libertação com a batalha vitoriosa, em 08 de maio. A festa se faz com desfiles, concertos, animações medievais e espetáculos pirotécnicos.
A história de Joana d’Arc para mim é tão fascinante quanto dramática. É difícil imaginar uma jovem camponesa de 17 anos, que não sabia ler e nem era militar, liderar um exército e vencer. Conduzir o delfim a cidade de Reims para garantir que fosse coroado Carlos VII, Rei da França, e depois ser presa, julgada e condenada a morrer na folgueira, sem que o Rei viesse em seu auxílio, é simplesmente inacreditável e revoltante. Então aconteceu de estarmos na França no dia 8 de maio, e aí não tinha nem o que pensar, era pegar o trem e ir festejar Joana d’Arc em Orléans.
Pegamos o trem na Gare d’Austerlitz-Paris e em menos de uma hora chegamos na Gare des Aubrais em Orléans.


Ao descer do trem nos dirigimos as informações turísticas, na própria estação. A atendente muito simpática nos deu um mapa da cidade e a programação das festas do dia. Assim ficamos sabendo que além do desfile, que sairia às 15:00 h defronte da Catedral, estava acontecendo um festival medieval, no mercado medieval do Campo Santo. Depois de tomar conhecimento da programação, fizemos nosso roteiro: caminhar pela cidade; ir ao mercado ver a festa medieval e almoçar; ir a Catedral, para conhecer e assistir ao desfile.




Saímos do mercado e encontramos com “Joana d’Arc” a cavalo, vestindo armadura e acompanhada por cidadãos c0muns vestindo trajes medievais, e caminhando em direção a catedral. Lá haveria uma cerimônia com representantes da igreja, do estado, políticos locais, militares, etc, antes do cortejo sair em direção ao rio Loire, no local onde Joana entrou na cidade.
Enquanto o cortejo seguia até a Catedral de Sainte-Croix d’Orléans, onde aconteceria a cerimônia, nós nos adiantamos para conhecer a Catedral, onde Joana d’Arc rezou no período em que esteve em campanha na cidade. A igreja inicialmente românica foi substituída por uma igreja gótica em 1278. No seu interior dez vitrais modernos contam a trajetória de Joana d’Arc.

Incluímos no nosso roteiro uma visita a Maison de Jeanne d’Arc, localizada na Place du Géneral de Gaulle, onde Joana ficou como hóspede de Jacques Boucher, ministro das finanças do duque de Orléans, nos dez dias que ficou em Orléans. Comenta-se que todos os dias ela subia no telhado, de onde tinha uma excelente visão do acampamento dos ingleses. Infelizmente, como era feriado a Maison estava fechada, e o jeito foi deixar para uma próxima vez. Sempre é bom deixarmos um motivo para voltar!