MORRO DA CONCEIÇÃO: Eu subi.

Vista do Recife
Vista do Recife do alto do Morro da Conceição

                      Este ano me deu vontade de subir o morro. Lembrava vagamente que já tinha subido uma vez, mas já fazia muito tempo. Todo ano é a mesma coisa, chega a época da festa, que começa em 29 de novembro e vai até o dia 08/12, observo a movimentação crescendo a minha volta, fico curiosa, mas sou tragada pela correria do dia a dia, termina passando, e tudo que faço é curtir o feriado. Este ano foi diferente, quando vi o primeiro ônibus passar com a placa “Festa do Morro” no painel, decidi que tinha chegado a hora e ia subir.

                    A gente cresce convivendo com a tradição, a festa e o feriado, sem conhecer as origens e os nossos sentimentos em relação a tudo isso. Assim sendo, resolvi acabar com a minha ignorância em relação ao Morro da Conceição e a festa da padroeira do Recife, e descobri que,  no dia  08/12/1894, o Papa Pio IX, na Basílica de São Pedro – Roma, proclamou que a Imaculada Conceição de Nossa Senhora é dogma de fé, quer dizer, todos os católicos devem firmemente crer que Nossa Senhora foi preservada da mancha do pecado original. Para comemorar o cinquentenário desse dogma no Brasil, o então bispo de Olinda e Recife, Dom Luis Raimundo da Silva Brito, mandou construir no morro mais alto do Recife, um monumento em honra à Virgem da Conceição. A imagem de Nossa Senhora da Conceição, que está na igreja matriz, no topo do morro, foi trazida da França em um navio, em 1904. Mede 5,5 metros de altura e pesa 1806 kg. Representa Maria Santíssima, toda vestida de branco e envolvida em um manto azul.  Desde então, a data se tornou feriado municipal, e as comemorações deram origem a popular “Festa do Morro”.

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                 Muitos são os motivos que levam cada um a fazer parte dessa festa. Tem aqueles que estão pagando uma promessa, outros porque são devotos de Nossa Senhora. Há os que vão simplesmente agradecer as bençãos alcançadas. Outros querem testar a popularidade, principalmente em época de eleição. Há ainda, os que aproveitam a festa para trabalhar por uma renda extra e os que esperam receber uma doação a mais. Eu fui para agradecer.

                Estacionamos o carro e fomos andando, seguindo o fluxo das pessoas em direção ao Largo de São Luiz, para subir a ladeira que dá acesso à Praça do Morro da Conceição. As pessoas, em sua maioria, vestiam camisas com a imagem de Nossa Senhora, ou então com as cores, azul e branco.  De repente, um senhor se aproxima e oferece um pacote de velas. Ficamos sem entender, então uma senhora que assistia da porta de casa explicou, pode aceitar, ele está pagando uma promessa. Já me sentindo parte da promessa e da festa, iniciamos a subida, com a caixa de vela nas mãos. foto (10)

                  A subida foi mais suave do que imaginava, acho que a mistura de emoção com a distração do momento inibe o esforço e a gente nem sente o cansaço. As pessoas vão passando indo e vindo, pagando promessas, descalças, vestindo mortalhas azuis, que depois vão depositar aos pés da Santa, quando terminarem de cumprir a promessa, conversando, rezando. Vi até gente distribuindo bolo, para quem quisesse. Nas calçadas se vende de tudo, comida, bebida, terços e imagens de N. Sra.da Conceição.016014011                      Enfim, chegamos à Praça, onde já estava preparado o entorno da igreja, para possibilitar a multidão assistir as missas durante todo o dia. Rezamos um pouco, e acendemos nossas velas no velário. Não ficamos para missa, mas a visita valeu demais. 005

Velário
Velário
Multidão rezando aos pés de N. Sra. da Conceição.
Multidão rezando aos pés de N. Sra. da Conceição.

 

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