Embora só tenha conhecido a Alemanha já unificada, a visão do que restou do muro é suficiente para imaginar o absurdo que foi a separação física do país. A gente lê todo tipo de história, aqueles que morreram, na vã tentativa de fugir para o lado ocidental. Mas que vida seria essa, que levou tanta gente direto para a morte? E os que permaneceram, por falta de opção ou por escolha, como foi que seguiram em frente nos 28 anos que se seguiram. Pelo que andei pesquisando, a Alemanha Oriental dos países do leste era talvez o que tinha melhor qualidade de vida. De acordo com Debbie Corrano, nesse post, eles tinham dinheiro, pois recebiam o suficiente para comprar o necessário e como não havia inflação, acabava sobrando. Só que não tinha muita variedade no que gastar. E aí é que fica a curiosidade sobre o estilo de vida que levavam, as perspectivas de trabalho, os sonhos dos jovens.
O romance de Ingo Schulte, Adam e Evelyn, conta a história desses dois jovens, iniciando numa pequena cidade da Alemanha Oriental, e se estendendo pelos países fronteiriços do leste europeu, pouco tempo antes da queda do muro de Berlim. Eles se preparavam para sair de férias para o lago Balaton, na Hungria, quando Evelyn, surpreende Adam, que era alfaiate, com uma cliente. Ela decide então viajar com amigos, e ele inconformado segue atrás. Schulte escreve de uma forma simples e fluida, com frases e capítulos curtos. Os personagens são intensos e divertidos, e a história do casal vai acontecendo, em meio aos acontecimentos históricos. No convívio com eles vamos aprendendo sobre a vida do outro lado da cortina de ferro, insatisfação para uns e realização para outros. A chegada ao ocidente e a surpresa com os contrastes. Livro de pegada, não consegui parar de ler, até chegar ao final.