Nigéria

         IMG_2441 Assim como Camila Navarro eu havia visto a palestra de Chimamanda Ngozi Adichie sobre O Perigo de uma única história e achei perfeita a escolha do livro dela, Hibisco Roxo, para o  projeto do 198 Livros. Mas, como ainda não o tinha adquirido, e já tinha o Chinua Achebe, O Mundo se Despedaça, mudei de ideia e resolvi ler este primeiro. Também queria ler Chinua, pois é uma referência quando se trata de literatura africana. Ele nasceu em 1930, em Ogidi, sudeste da Nigéria.  Seu nome completo é Albert Chinualumogu Achebe,  mas na universidade renegou seu nome britânico, Albert, para adotar seu nome indiano, abreviado, Chinua. Apesar de ter recebido toda a educação em inglês, língua oficial da Nigéria, ele nunca se afastou da cultura igbo, etnia a qual pertencia. Embora sempre escrevesse em inglês, nunca deixou de incorporar vocábulos e narrativas igbo. Se tornou um grande narrador do colonialismo europeu na África.

          O Mundo se Despedaça retrata todos os componentes da cultura africana, através da história de Okonkwo, um bravo e bem sucedido guerreiro, da etnia igbo, estabelecido na região de Umnuófia, sudeste da Nigéria, as margens do rio Níger. Na primeira parte do livro, Chinua descreve como é a vida em sociedade antes da chegada dos colonizadores, a rotina, os costumes, a divisão em tribos, a hierarquização dentro da família, o culto aos ancestrais e deuses. Na segundas parte, Okonkwo, se vê vítima de do destino por acidente, e embora possuindo um excelente caráter e goze do respeito do clã, é obrigado a seguir as rigorosas leis do clã, sendo punido com o exílio por um período de sete anos. É acolhido pela família da mãe, na aldeia de Mbanta, onde deverá cumprir seu exílio. É quando começam a aparecer os missionários que vem difundir a religião dos colonizadores. Na terceira parte, Okonkwo retorna ao seu clã após ter cumprido o exílio, e assiste decepcionado a adesão a nova religião de muitos conterrâneos e presença cada vez maior do homem branco impondo uma cultura completamente diferente da deles.

                 É fascinante ter a oportunidade de conhecer a cultura do povo africano, antes da invasão dos europeus através de autores como Chinua, Amadou Hampãté Bã, Olympe Bhêly-Quenum, Camara Laye, e tantos outros. E ao mesmo tempo angustiante assistir a violenta imposição da cultura do colonizador. Ainda bem que a África é enorme, e tenho um bom caminho a percorrer e aproveitar.

 

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