“Louca falível, terna e vulnerável/ que se apaixona feito puta triste por causas justas/, homens bonitos e palavras brincalhonas.” É assim que Gioconda Belli, se auto define em um dos seus poemas. Essa, muito premiada poetisa e romancista, nasceu em Manágua, na Nicarágua, em 1948. Começou a escrever seus poemas ainda jovem, na época em que se envolveu na luta, para derrubar a ditadura no país, integrando o a Frente Sandinista de Liberação Nacional (FSLN). Casou três vezes, a primeira ainda muito jovem com 18 anos, e tem 4 filhos.
No romance O Pais das Mulheres escolhido para representar a Nicarágua, a autora narra a história da fictícia República de Fáguas, um pequeno país latino americano, governado por um grupo de mulheres, do Partido da Esquerda Erótica-PEE. O livro começa, com o atentado sofrido pela presidente, Viviana Sansón, que a deixa em estado de coma, e vai se desenvolvendo, a partir do despertar de Viviana, em um galpão, que abriga todos os objetos que ela perdeu durante sua vida. Cada um lhe traz uma recordação, e através de suas lembranças vamos conhecendo, não só a história de Viviana, mas a de suas companheiras de partido, e como chegaram ao poder. Em contrapartida, a ausência da presidenta, no comando do país, vai por a prova a capacidade de suas companheiras, de fazer valer os ideais que serviram de base para o governo.
É uma leitura leve, e divertida, assim como a proposta do PEE, de governar com humor. Depois de conhecer a personalidade e história de vida de Viviana, através dos relatos de Gioconda, fica o questionamento, se o romance não seria baseado na própria história da autora.